O regime de trabalho e repouso 1×1, hoje, é, acima de tudo, uma necessidade. Particularmente na maior empresa brasileira da cabotagem, a Transpetro. Isso não é apenas para fixar o tripulante da Transpetro na empresa, mas principalmente para evitar que a fadiga a bordo traga consequências terríveis, não somente para o marítimo, mas para o navio e, evidentemente, para a empresa. Não podemos desconsiderar os danos para a sociedade, pois são navios que podem causar graves prejuízos ao ambiente.
Atualmente, a fadiga é um companheiro de bordo do marítimo brasileiro. As reduções havidas nos cartões de lotação dos nossos navios, desde os anos 90 do século passado, fizeram que os marítimos tivessem agora um regime de trabalho absolutamente insano. Isso resulta, em boa medida, do fato de que, nesse tempo, foram agregadas funções burocráticas para o pessoal a bordo, definidas e determinadas pela Organização Marítima Internacional – IMO.
A atual administração da Transpetro tem explorado os marítimos, ao se isolar na negativa de instituir o regime 1×1. A Transpetro não avança na negociação do 1×1 alegando impossibilidade financeira, mas nega-se a efetivar as mudanças na gestão, na estratégia e nos procedimentos da empresa que poderiam criar as condições que as demais empresas de cabotagem já alcançaram, para garantir o 1×1.
Nós temos de mudar isso. Nós vamos mudar isso. Cabe a você decidir se quer ser parte deste problema ou parte da solução que temos de construir juntos.
Severino Almeida Filho
Presidente do SINDMAR