A Posidonia enfrenta críticas após mudar, sem negociação, a escala de trabalho e repouso de seus tripulantes na cabotagem, de 30×30 para 45×45 dias. A alteração, feita menos de um ano após a empresa iniciar as operações na cabotagem brasileira, gerou forte insatisfação entre marítimos, que se sentem ludibriados.
O regime 30×30 foi amplamente divulgado como diferencial para atrair profissionais por oferecer equilíbrio entre trabalho e convivência familiar. Muitos deixaram empregos estáveis em empresas confiáveis por ser essa uma condição decisiva para a contratação. Embora os contratos prevejam variação de 30 a 45 dias, a mudança abrupta do modelo praticado desde o início, sem diálogo com os sindicatos, é vista como desrespeitosa e abusiva.
A medida compromete o planejamento pessoal, dificultando compromissos familiares, consultas médicas, estudos e outras responsabilidades em terra. A indignação aumenta pelo fato de a Posidonia não manter acordo coletivo de trabalho marítimo no Brasil, reforçando a percepção de descaso com as condições de trabalho e o bem-estar da tripulação.
Representantes sindicais afirmam que decisões unilaterais prejudicam a saúde física e emocional dos trabalhadores e vão contra boas práticas de gestão. Espera-se que a empresa reveja sua posição e abra negociação para conciliar necessidades operacionais com dignidade e qualidade de vida da categoria.
O Sindmar recomenda que oficiais e eletricistas evitem empresas sem ACT vigente. Caso a Posidonia mantenha a nova escala e desrespeite o regime prometido na contratação, a mobilização coletiva será a alternativa mais eficaz para garantir direitos e conquistar o respeito do armador.
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