O Sindmar recebeu representantes de empresas de navegação da ABEAM, ABAC e Syndarma nesta terça-feira (30), em sua sede, no Centro do Rio de Janeiro, para alinhar sugestões de atualização do currículo oferecido aos alunos da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM) e de modernização da estrutura da mesma, nos centros de instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA) e Almirante Graça Aranha (CIAGA).
O grupo de trabalho foi formado com o objetivo de propor à Marinha do Brasil uma atualização na grade curricular oferecida nos cursos de formação, com disciplinas adequadas ao atual cenário do setor marítimo brasileiro, considerando também a evolução tecnológica e transição energética.
A representação dos marítimos entende que é imprescindível haver uma revisão das disciplinas ministradas na EFOMM, de forma a propiciar educação marítima de excelência e abranger todas as competências e habilidades relacionadas ao conhecimento e à proficiência constantes nas tabelas A-II/1 e A-III/1 da Parte A da Convenção Internacional sobre Normas de Treinamento, Certificação e de Serviço de Quartos para os Marítimos (STCW/IMO).
Durante o encontro, o Sindmar ressaltou a importância de manter os padrões do SCTW e de adaptar o currículo ao desenvolvimento tecnológico e aos desafios que o Brasil enfrenta no setor.
Para o presidente da Conttmaf e do Sindmar, Carlos Augusto Müller, essa revisão contínua é importante, especialmente quando se observam ataques ao Ensino Profissional Marítimo (EPM) e iniciativas legislativas que visam transferir a formação de marítimos para o controle de empresas privadas.
“Historicamente, somos contrários a isso. A gente acha que o EPM, a formação dos oficiais, principalmente, deve ser feita pela Marinha do Brasil, porque ela é o Estado brasileiro. No momento que você passa isso, como tem agora, um projeto de lei para transferir o treinamento para o Sistema S do transporte, é preocupante, pois ele não tem efetiva interação com o que ocorre no nosso setor, regido por normas internacionais e sob responsabilidade da Marinha do Brasil”, disse.
Conforme observou Müller, se a Marinha tiver acesso aos recursos que deveria receber, os quais estão previstos pelo Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo (FDEPM) e não tem recebido, ela terá todas as condições de fazer um bom trabalho, como tem feito todos esses anos, e realizar as obras necessárias para oferecer instalações adequadas às necessidades dos marítimos e das empresas de navegação brasileiras.
“Na nossa visão, a EFOMM é a instituição mais adequada para a formação de oficiais, que são reconhecidos internacionalmente pela sua capacidade e profissionalismo. Tanto é que as empresas com sede no exterior têm levado profissionais marítimos brasileiros experientes, que trabalharam anos embarcados, para atuarem em seus escritórios de navegação em outros países do hemisfério Norte”, destacou