Após a representação sindical ser informada sobre a ocorrência de casos confirmados de Covid-19 em dois navios da Transpetro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos – Conttmaf cobrou novamente da empresa a adoção de testes mais confiáveis na cabotagem. Com isso, representantes da subsidiária da Petrobras informaram em reunião virtual com as Entidades Sindicais Marítimas que as sugestões passarão a fazer parte dos procedimentos da companhia daqui para frente.
A decisão é resultado da atuação dos sindicatos marítimos filiados à Conttmaf e à FNTTAA e atende aos anseios dos marítimos da estatal por maior segurança na prevenção à Covid-19.
A Confederação enviou ofício para a Transpetro em 27 de maio, no qual registra a preocupação com casos confirmados de contaminação a bordo ao longo da última semana. No documento, a entidade ressalta que, apesar de a Transpetro ter adotado medidas preventivas precocemente nos navios de longo curso, a companhia não havia incorporado em seus procedimentos para a cabotagem os testes de Covid-19 de padrão mais confiável.
Desde o surgimento dos primeiros casos de contágio pelo novo coronavírus na China, a Conttmaf e a FNTTAA expressam preocupação com questões pontuais de navios e situações que necessitam de atenção especial da Transpetro.
A Conttmaf observa que os testes rápidos, que vinham sendo utilizados pela empresa na cabotagem, possuem sensibilidade e especificidade muito reduzidas em comparação a outras metodologias, com taxa de erro de 75%, de acordo com o Ministério da Saúde.
Já o teste RT-PCR (do inglês reverse-transcriptase polymerase chain reaction), que a Transpetro incorporou em seus procedimentos para os navios do longo curso, é considerado o padrão-ouro no diagnóstico da Covid-19. Nele, a confirmação é obtida por meio da detecção do RNA do SARS-CoV-2 na amostra analisada, preferencialmente obtida de raspado de nasofaringe.
Para a representação sindical, a realização de ambos os testes no período que antecede o embarque garante maior segurança aos trabalhadores marítimos. Além disso, as entidades ressaltam que o custo para a sua realização é infinitamente menor do que a diária de um navio parado em decorrência de quarentena forçada por causa de contaminação a bordo.