Em reunião realizada em 2 de fevereiro, a Transpetro afirmou que em função da implantação do regime 1×1 não está disposta a oferecer avanços e a atender às reivindicações apresentadas pela Representação Sindical. Além de se recusar a discutir o Plano de Cargos e Salários, conforme acordado na negociação do Acordo Coletivo de Trabalgo – ACT Marítimos 2015/2017, a empresa alega que itens pleiteados pelos trabalhadores gerariam impactos consideráveis na folha de pagamento. Entre as demandas dos trabalhadores marítimos, estão o aumento no número de tripulantes em determinadas funções a bordo, a criação de benefício afastamento para aposentados na Transpetro, a adoção de um número maior de cidades referência para movimentação, reajustes nos benefícios farmácia, educacionais e Programa de Assistência Especial – PAE, vantagens para Marítimos liberados para prestação de serviço em terra e para membros do Grupo de Inspeção e Acompanhamento Operacional de Navios e Terminais – GIAONT.
A empresa não aceitou incluir no ACT a cláusula do Direito de Recusa, proposta pelos Sindicatos Marítimos. A reivindicação é importante para garantir que os homens e as mulheres do mar não sofram ameaças ou punições por deixar de executar atividades que ofereçam risco grave e iminente à segurança da tripulação, da embarcação e do meio ambiente após as ações previstas para mitigar os riscos terem sido tomadas. No que concerne a reajustes, a proposta apresentada pela Transpetro ofereceu apenas a manutenção das tabelas praticadas atualmente, com exceção do reajuste das soldadas básicas (valores disponíveis na mensagem circular 02-2018). A Transpetro parece ter esquecido que durante a última negociação do ACT Marítimos 2015/2017, após audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho – TST, comprometeu-se a praticar as correções com índices idênticos aos concedidos nos benefícios dos trabalhadores de todo Sistema Petrobras.
Com relação ao ACT da Petrobras, a empresa limitou-se a informar que seguirá a proposta da Transpetro, sem considerar a pauta de reivindicações específica para os Marítimos a ela vinculados trabalham. As Entidades Sindicais reafirmaram a necessidade de a empresa dar atenção para às situações específicas que alcançam os Marítimos vinculados à Petrobras e registraram que não é adequado que apenas limite-se a seguir o que for acordado com a Transpetro.
As Entidades Sindicais registram a necessidade de que Petrobras e Transpetro reavaliem suas propostas, considerando as ponderações apresentadas pelos representantes dos trabalhadores marítimos e reafirmam a disposição dos Sindicatos para dar continuidade no processo de negociação, confiantes que as empresas não buscarão adotar comportamentos equivocados em relação aos trabalhadores marítimos como ocorreu no passado. Uma nova reunião para a continuidade da negociação foi agendada para a próxima quinta-feira, 8 de fevereiro.