O corpo do ex-presidente do Sindmar Severino Almeida Filho foi cremado no fim da manhã desta quinta-feira, 13, no Rio de Janeiro, em cerimônia fechada aos familiares.
Ao meio-dia, marítimos espalhados pela costa brasileira soaram os apitos dos navios continuamente para homenagear o maior líder sindical marítimo do nosso tempo.
No vídeo abaixo, a homenagem a bordo do navio João Cândido, da Transpetro, com apitos e a leitura de breve homenagem.
A homenagem a Severino serviu também para a realização de um protesto contra os vetos presidenciais ao emprego de 2/3 de brasileiros no programa BR do Mar. Depois disso, os marítimos enviaram mensagens aos deputados federais e senadores solicitando a derrubada dos vetos.
O Sindmar e a Conttmaf receberam dezenas de mensagens de companheiros e admiradores de Severino, de vários países, assim como de entidades que estiveram do lado oposto em algumas lutas, demonstrando que o líder sindical sempre combateu o bom combate na defesa dos trabalhadores marítimos que representava.
Nascido no Recife, Pernambuco, Severino Almeida Filho foi da turma de 1979 da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante – EFOMM CIAGA e completaria 68 anos de idade no próximo dia 9 de março.
Trabalhou embarcado como oficial da Marinha Mercante na Frota Nacional de Petroleiros – Fronape, hoje Transpetro, antes de se dedicar integralmente à causa sindical.
Seu amor pelo mar era absoluto. Além de ter escolhido a profissão de marítimo, Severino gostava de pescar e praticava mergulho.
Autodidata, se revelava um leitor voraz, com interesse por várias áreas do conhecimento. Uma delas, a fotografia, que o levou a trabalhar como fotógrafo de produtos antes de ingressar na Marinha Mercante.
Ao longo das últimas décadas, Severino Almeida Filho conduziu várias lutas vitoriosas pelos direitos dos trabalhadores.

Severino Almeida Filho
Participou da greve histórica dos marítimos de 1987, enfrentando ao lado de seus companheiros a pressão das empresas e a repressão do Governo. O movimento abriu caminho para um sindicalismo combativo e transformador, mas acabou lhe custando o emprego na Petrobras, de onde foi demitido.
Àquela altura o espírito coletivo já havia se instalado e a luta sindical se transformou em missão de vida. Missão que ele abraçou com a alma e pela qual fez inúmeros sacrifícios.
O guerreiro Severino Almeida Filho só foi detido pela morte. Ou, talvez, nem por ela, uma vez que seu legado sobreviverá a esta e outras gerações de homens e mulheres do mar, que muito terão a lhe agradecer.
Severino foi um líder com grande capacidade de análise de conjunturas complexas, conseguindo antecipar os movimentos e elaborar as ações estratégicas para alcançar os melhores resultados coletivos para a categoria. Ele procurou fortalecer e perpetuar a capacidade de luta coletiva dos oficiais e eletricistas. Descanse em paz, meu companheiro e amigo. Seguiremos unidos e fortes na luta em defesa da nossa Marinha Mercante e dos direitos dos trabalhadores marítimos brasileiros.
Carlos Augusto Müller
Presidente do Sindmar e da Conttmaf
Veja abaixo algumas das mensagens enviadas: